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Agosto 2020

Ano XXVII - Nº 78
78-Ano XXVII-AVB-AGOSTO de 2020
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este Boletim:


  • Núcleos de Fé;

  • “Recados do Pai”;

  • Excertos d’O Grande Evangelho de João;

  • Dádivas do Céu;

  • A Separação da Farinha do Farelo;

  • Mensagem de Vitória.




NÚCLEOS DE FÉ


Quando Jesus exerceu o Seu ministério terreno e Se deu em sacrifício pela redenção da Humanidade, arregimentou discípulos para continuarem a Sua obra na Terra, fazendo o que Ele fez e vivendo a vida que Ele viveu. Em determinado momento, bem perto da Sua dádiva sacrificial, Ele orou ao Pai pelos Seus discípulos e continuadores na divulgação do Evangelho, dizendo: “Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos (…) Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os envio ao mundo (…) Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” [1]

Sabemos que esta oração de Jesus foi ouvida pelo Pai, e foi passada à prática pela Sua igreja nos primeiros anos da sua existência, pois a maioria dos cristãos que se encontrava em Jerusalém pôde experimentar esta união fraternal de amor, como a Palavra atesta: “E era um o coração e alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.” [2]

Mas, depois da grande perseguição aos cristãos em Jerusalém, que culminou no sacrifício de Estevão (Actos 7), parece que tudo se desmoronou e esta união fraterna desapareceu.

Ao invés dessa primeira caridade/amor, mencionada por Jesus em Sua doutrina, começaram a surgir comunidades que edificavam casas em honra de Deus e templos vários, mostrando através destes símbolos a sua religiosidade, deixando a fraternidade para trás.

No entanto, também surgiram grupos de cristãos que se formavam em comunidades, procurando contrariar este comodismo, lutando espiritualmente e fisicamente para viver a radicalidade do Evangelho de Jesus Cristo; muitas destas comunidades ainda existem em nossos dias, testemunhando dessa forma que foram alicerçadas na Verdade e por essa razão ainda persistem. De certa forma, como Jesus um dia disse: “Edificaram a sua casa sobre a Rocha.

O Senhor sabia que viriam tempos difíceis na divulgação da Sua doutrina e que muita coisa haveria de ser alterada pelo tempo e, como foi dito já, a fraternidade e o amor ao próximo seriam substituídos pela ostentação visível aos sentidos físicos, em detrimento do espiritual:

Futuramente, os homens construirão casas (…) como os fariseus no Templo de Jerusalém e os sacerdotes pagãos nos templos de ídolos (…) Quando isto se tornar coisa corriqueira entre os homens, as provas da Minha presença viva se extinguirão (…) Podeis no entanto edificar construções para pobres e enfermos com tudo o que seja necessário ao seu tratamento, podendo estar certos do Meu agrado.” [3]

É importante que nós, hoje, tomemos consciência de que a nossa adoração a Deus não se deve basear somente na contemplação e nos cultos externos, mas na caridade activa, como nos é proposto na revelação que seleccionámos para este boletim:

O entrar na dimensão do outro, percebendo a sua dor, o seu sofrimento assim como as suas vitórias e as suas entregas é viver em partilha. Partilha é a Minha dimensão. Eu sou o todo e as partes que sois vós. No todo Eu me completo e revejo a intensidade do Amor.

Partilha é a Minha dimensão” – estas são palavras de grande beleza espiritual, mas mais do que isso, são palavras que nos levam a viver na alegria que Jesus menciona na oração que dirigiu ao Pai: “…para que tenham a minha alegria completa em si mesmos”. Segundo o nosso entendimento, esta alegria completa é viver uma existência preenchida por uma actividade constante em prol do outro, do seu bem-estar, da sua saúde, da sua salvação, levando também o beneficiado a entrar neste mesmo ambiente fraterno.

O experimentar desta realidade pode começar somente com um, mas tem de ser partilhada com outros, que terão de se unir no mesmo entusiasmo e vontade. A estes grupos, o Senhor Jesus dá-lhe uma designação – NÚCLEOS DE FÉ, que começam a surgir, aqui e além, como fruto de uma tomada de consciência colectiva. Eis o que o Senhor profetizou: “Observai como o Sol começa a invadir tudo com a sua luz e as hordas obscuras debandam em todas as direcções, fugindo do local do Sol, pois diante do seu fulgor, tudo desvanece e cai no reino do esquecimento. Agora percebeis a formação de uma Nova Terra criada por nuvens luminosas, representadas por núcleos de criaturas iluminadas pela Verdade divina. Tais núcleos se fundem num enorme agrupamento, justamente a Nova Terra, sobre a qual se estende um Novo Céu cheio de Luz e claridade.” [4]

Estas palavras profetizadas pelo Senhor também foram dirigidas à nossa comunidade, numa mensagem que nos animava ao trabalho da caridade junto de muitos necessitados da nossa cidade: “Assim como na vossa igreja, em muitos lugares da Terra o mesmo se passa; pequenos núcleos que irão crescer, qual semente de árvore. Nos países e locais mais humildes a Minha palavra se evidencia pela vivência.”

Procuremos agregar a nós outras pessoas que tenham consciência do tempo profético que estamos vivendo, tempo de crise diversificada e de grande necessidade.

É necessário “bater o pé” à injustiça e, se não podemos mudar o mundo, mudemos o bairro, mudemos a rua, quem sabe ainda menos – mudemos a nossa casa e a nossa maneira de pensar e viver.

Não queremos alongar esta reflexão, mas sentimos que devíamos deixar com os irmãos e leitores uma parábola muito bonita que nos foi transmitida em Janeiro de 2012 e na qual o nosso Pai retracta tudo aquilo que foi dito ao longo destas linhas:

Cinco criaturas se encontram na praia e observam o mar. Era inatingível o seu fim, era grande a sua extensão e riqueza. Essas criaturas eram crianças que na sua inocência e fé, tudo aceitavam.

Um teve a ideia de construir um barco. Juntaram-se mais dois e começaram. Era um bote pequeno, mas bonito, ligeiro e espaçoso. Os outros olhavam e acreditavam na obra. Um era mais velho, outro era bebé.

O barco nasceu e eles colocaram lá formiguinhas. Elas não conheciam o terreno mas sabiam trabalhar. Viviam em comunidade e assim queriam continuar. Até a formiga mestra trabalhava, todos trabalhavam, todos se defendiam e todos se ajudavam.

Colocaram o barco no mar e este começou a navegar, navegar, navegar em direcção ao infinito dos homens.

De repente o pequenino olhou e não via um barco, mas uma frota de barcos.

O mais velho olhou e não via barcos, mas eternidades de luz.

De repente as formiguinhas povoaram a Terra.”

Fraternalmente em Cristo Jesus,

Pr. Egídio

[1] João 17:13-21 [2] Actos 4:32

[3] Grande Evangelho de João – IX – 44:2-5

[4] Grande Evangelho de João – VIII – 48



RECADOS DO PAI

E na dimensão do Espírito todo o ser pode entrar desde que se envolva no sentimento mais profundo da compaixão.

O entrar na dimensão do outro, percebendo a sua dor, o seu sofrimento assim como as suas vitórias e as suas entregas é viver em partilha. Partilha é a Minha dimensão. Eu sou o todo e as partes que sois vós. No todo Eu me completo e revejo a intensidade do Amor.

O conhecimento por si só de nada serve, pois só no ser espiritual se completa. A área do coração em que o sentimento se acolhe e abriga se enaltece quando é regido pelo Amor. O amor como dono do livre-arbítrio, comandando todas as acções dos Meus filhos é a Minha vontade em vós, aceite em vós mesmos.

Este é o caminho que vos traz até Mim.

Eu gosto da disciplina e do rigor como mestre do comportamento, mas o Amor no seu uso pleno é o que mais Me satisfaz nos Meus filhos.

O Amor ao outro é o amor a Mim e o amor a Mim por si mesmo é a fé que cria raízes no vosso coração.

Ancorai-vos em Mim pois Eu sou o vosso porto de abrigo.

Todo o filho que vem para Mim e no seu coração já Me abriga, pode se desviar, mas o Meu olhar está sobre ele.

Não vale a pena fugir da relação que tendes Comigo porque Eu vos chamo, se no vosso coração estiver a Minha marca.

O livre-arbítrio é a vossa vontade em vos chegardes a Mim quando o Meu Amor habita em vós. Muitos se desviam, muitos se perdem para voltarem a Mim.

Muitas vezes na dor vós purificais o vosso corpo e coração e em espírito submergis no clamor a Mim. Nesse momento purificais e honrais o vosso acordo Comigo.

Quando habito o vosso coração, estabeleceis Comigo uma relação íntima de dádiva, de entrega em que chamais a Minha ajuda, a Minha protecção e Amor, aí sim Eu tenho poder de Pai de vos chamar à razão e vos disciplinar, porque vós Me conheceis de perto e sabeis mais que o comum dos pecadores.

Nada mais se verte senão o Meu Sangue em regozijo por ter resgatado os Meus filhos da morte e do pecado. Vós sois Meus e a Mim virão todos até ao consumar dos tempos e da matéria.

Esse é o fim em si mesmo, que justifica o princípio. Eu sou o Alfa e o Ómega que se reúnem em Espírito.

Vós sois o significado dos significados, o Amor em si próprio que se revela no seu melhor e no seu pior.

Pensamento e emoção esboçados em comportamentos que se moldam para chegardes a Mim.

Todo o espírito terá que se revelar à imagem do Espírito, em luz, em sabedoria, em amor para se poder integrar. E aí, em humildade Eu engrandeço, pois integro em Mim o amor de um filho Meu, parte de Mim mesmo purificado e santificado.

Se vós pudésseis abrir os olhos num vislumbre de eternidade, a loucura vos penetrava de tão grandiosa Luz.

Caminhai filhos, caminhai que o vosso caminho sou Eu para vos indicar e revelar o caminho. Tudo se ajusta e as traves se colocam em posição para erguer o templo. Todas se irão encaixar no Meu momento. Eu continuo a operar em todos vós.

Aconchegai-Me no vosso pensamento, no vosso coração.

Amém.


 

EXCERTOS D’O GRANDE EVANGELHO DE JOÃO


O REINO DE DEUS NO CORAÇÃO HUMANO


(Rafael): «Como vejo que não estais à altura de me responder, fá-lo-ei por vós; deveis gravar as minhas palavras no fundo dos vossos corações, pois tudo depende de conhecerdes as condições imprescindíveis ao pleno êxito na filiação divina.

Sabeis que cada criatura tem de se educar e formar por conta própria, independentemente da omnipotência da vontade divina para se tornar um filho de Deus.

O mais poderoso meio é o amor a Deus e ao próximo. O amor é assistido pela humildade, meiguice e paciência, pois sem essas virtudes jamais o amor será puro e verdadeiro. Como pode a criatura saber se realmente se encontra dentro do amor puro?

Basta que analise se é levada a dar e auxiliar espontaneamente, ao ponto de se esquecer de si própria, quando depara com algum necessitado. Caso note esta tendência numa manifestação plena e viva, a filiação se terá completado, e as promessas começarão a realizar-se milagrosamente em palavras e acções, justificando-as como doutrinador verdadeiro.

Aqueles que não evidenciam tais factos são os únicos culpados da própria deficiência, pois ainda não abriram o coração à pobre humanidade. O amor a Deus e o livre cumprimento da Sua vontade manifesta são os elementos adequados para a realização do Céu na criatura. Tornam-se a morada do Espírito do amor em cada coração cuja porta é o amor ao próximo.

Esta entrada deve estar bem aberta para que ali penetre a plenitude divina; humildade, meiguice e paciência são as três janelas franqueadas à luz celeste que ilumina a santa habitação de Deus, aquecendo o coração do homem.

Tudo depende do amor ao próximo, livre e sincero; e a máxima renúncia é a revelação da promessa. – Eis a resposta à minha pergunta; meditai e agi dentro dela que sereis justificados perante vós, o próximo e Deus mesmo. Aquilo que Ele faz, também o devem fazer as criaturas para serem idênticas a Ele e se tornarem Seus filhos. – Compreendestes?»


A VERDADEIRA VIDA ESPIRITUAL

«Os três amigos silenciam, pensativos. Finalmente, Matael diz: Pela primeira vez entendi o salmo de David: Levantai, ó portas, as vossas cabeças para que possa entrar o Rei da glória. Mas, a realização? O que não é preciso para se pôr em prática tal ensinamento?

Muitas vezes é-se levado a dar esmola a um pobre sem arrependimento; no entanto, é o intelecto o móvel dessa acção. Meu Deus, quão afastado se acha o homem do verdadeiro destino, através da sua crítica fria e desprovida de amor. Quem dá ao pobre com dedicação sentindo uma alegria humilde nessa atitude, por amor a Jeová, alimentando o desejo de prosseguir fazendo feliz o próximo com atitudes conselheiras, consoladoras e reais, acha-se com a alma e o espírito diante do Senhor. Onde, porém, estamos nós de corações endurecidos?

Ó amigo celeste! Demonstraste a nossa situação precária. Senhor, desperta os nossos corações e incendeia-os no verdadeiro amor ao próximo, de contrário a Tua doutrina tão sublime será apenas um trocadilho moral e sem efeito.

Analisando o meu trajecto de vida, vejo que foi de ponta a ponta errado, razão pela qual não atingia o alvo. Só agora começo a reconhecer o verdadeiro caminho e sei do que depende a promissão. Sinto o que falta a mim e aos outros, os quais, embora aceitem a doutrina, não podem registar nenhum êxito; além disso, não desconsidero o que me falta para realizar em mim a ordem plena.

Temos um grande privilégio no campo da fé, porquanto o Senhor caminha pessoalmente entre nós e nos ensina pela palavra e acção; o Céu se acha aberto e os anjos nos apontam a sabedoria celeste e a ordem eterna provindas de Deus; todavia é-nos entregue a formação do sentimento. O Senhor, por certo, ajudar-nos-á também nesse sentido.

Saber e sentir são assuntos bem diversos. Para alcançar o saber basta o estudo e para a noção das coisas, a experiência; para o verdadeiro sentir é preciso mais que estudar e experimentar.

Um vasto conhecimento por si só não leva o coração a sentir e querer, e as experiências nos ajudam tanto para o bem quanto para o mal; apenas um sentimento completo tudo vivifica, ordena e transmite calma e felicidade. Por isso dever-se-ia desde cedo cuidar de uma verdadeira educação do sentimento.

No preparo do intelecto o coração se torna endurecido e orgulhoso pelas exigências da razão. Um coração orgulhoso dificilmente aceita a educação do sentimento; somente as provações, a miséria e o sofrimento o abrandam, para que venha a ter compreensão do estado aflitivo do próximo.

Agradecemos-te e ao Senhor por este ensinamento importantíssimo, pelo qual sei o que fazer futuramente por mim e pelos que receberão por meu intermédio a luz puríssima de Deus.»


OS PRINCIPAIS EMPECILHOS NA REALIZAÇÃO DAS PROMESSAS

Diz Rafael: «Não me cabem gratidão e honra, mas sim e unicamente ao Senhor. Contudo sereis beneficiados por terdes compreendido o ensinamento; Ele vos capacitará a entender todos aqueles que vos abordarem deste modo: Amigo, acreditei e fiz tudo o que me ensinaste, mas até hoje não obtive nenhum êxito. Que farei? Abandonei a minha crença antiga, onde encontrava conselho e auxílio nas minhas tribulações, enquanto esta me deixa tão só quanto um órfão. Onde se acha o teu Deus extraordinário do qual alegas provir toda a felicidade?

Então responder-lhe-eis: Não podes responsabilizar a doutrina, mas unicamente a ti. Aceitaste-a com o teu raciocínio e experimentaste aplicá-la, convencido do sucesso; todavia, agiste tendo em mira apenas o resultado, e não o próprio Bem. Foi o raciocínio o teu móvel, ao invés do coração que continuava frio e duro como antes.

Desperta o teu sentimento, faz tudo movido pela verdadeira causa da vida. Ama a Deus por Ele mesmo e ao teu próximo como a ti mesmo. Faz o bem pelo Bem provindo do teu amor e não indagues – em virtude da tua fé e acção – pelo cumprimento da promessa. Esta será sempre a consequência da tua crença, sentimento e acção, dentro da tua alma. Conforme creste e agiste até então, assemelhaste-te a alguém que em sonho lavrou a terra e lançou a semente, querendo colher quando acordado.

O conhecimento, a crença e acção intelectuais são apenas um sonho fútil, sem base. É preciso que a criatura assimile tudo com o coração, onde reside a vida única e onde germinam os frutos almejados.

Quem não soube compreender e ordenar a sua vida desta forma, tornando-se egoísta pelo que crê e sabe, jamais chegará a desfrutar da promessa, que, em síntese, é a consequência da actividade afectiva.

Se bem orientardes os vossos discípulos, eles não mais vos importunarão, e procurarão activar o seu coração. Assim fazendo, em breve demonstrarão não ser a promessa da doutrina divina algo de fútil; porém, se prosseguirem consultando o raciocínio e com ele agirem de acordo, serão os únicos responsáveis de, em vida, não terem o êxito esperado, e muito menos no Além. Diz-me se compreendestes isto a fundo.

Manifesta-se, finalmente, Filopoldo: Ó amigo celeste, quem não o entenderia? Quem, como tu, pensa e age mais pelo coração, com facilidade entende todas as suas condições de vida; quem se orienta apenas pelo intelecto, pouco se impressiona com elas. O nosso assunto foi, portanto, bem esclarecido.»


(O Grande Evangelho de João – III – 234,235,236)


 


DÁDIVAS DO CÉU


DEUS NOS CONCÍLIOS, NAS IGREJAS E JUNTO ÀS CRIANÇAS


«Toda a vez que dois, três ou mais estiverem reunidos em Meu nome, lá Eu estarei, mas jamais estarei nos concílios. Pois nos concílios reuniam-se com intenções idênticas às dos seus conselhos, dizendo actuar debaixo da Minha inspiração. Discutiam sobre as hierarquias, a sua própria divindade e infalibilidade, e calculam o grande prejuízo económico que o Templo estáva sofrendo, mas nem uma só vez pensavam em Mim. Eu Me sentia com a mesma atenção que uma ameba [parasita] recebe em relação a todo o Universo. O Meu nome era mencionado como se Eu fosse um personagem histórico. Alguns trechos da Minha Palavra eram acompanhados de uma fé pagã cega e um amor morto, uma adoração sistemática de ídolos e um culto cerimonial originado neles; era isto unicamente o que Me permitiram ser nestes concílios e nas suas reuniões.

Eu Me sinto como aquele governante que é usado pelos seus funcionários como uma cobertura para todas as suas maldades e engodos, daqueles que são colocados e mantidos no trono para dar um cunho de legalidade a todos os decretos e leis deles.

Vede, o mesmo acontece na maioria das Minhas igrejas. Em todos os lugares tentam ocultar-Me aos olhos dos Meus filhos; entopem os seus ouvidos com sons vazios, para que não consigam ouvir a Minha verdadeira voz paternal; Cristos de madeira são colocados na frente dos seus olhos, para que não vejam o Cristo Vivo, e com os sinos tornam os seus ouvidos surdos, para que não ouçam a Minha voz e não deixam que a Minha palavra viva se manifeste nos seus corações.

Vede, é por isto que Eu aqui Me encontro, para aconselhar-vos contra as palavras dos fariseus egoístas, para que sempre consigais olhar a face do vosso Santo Pai e ouvir a Sua voz viva que diz: “Tornai-vos pequeninos como as criancinhas, para que o Meu Reino seja o vosso. Nisto se encontra a verdadeira Sabedoria, enquanto que no Amor, a mais verdadeira felicidade.

(…) Vós, Meus queridos, ainda tão poucos amigos, sede alegres em vossos corações. Pois Eu estou convosco, e Me alegro na vossa companhia e fico feliz com o vosso amor. Esta alegria vos será uma estrela brilhante, quando abandonardes este mundo. Ela vos acompanhará fielmente na longa viagem no Meu enorme Céu e vos levará lá, como já o faz aqui, para a Minha cidade.

Amém.»

(Revelação transmitida ao profeta Jakob Lorber em 29/06/1840)


 

ENSINAMENTOS

A Separação da Farinha do Farelo

Tudo começou com esta catadupa de casos que nos levaram à oração conjunta pelos doentes – nossos e externos.

Foi quando o Senhor disse: “Estou a separar a farinha do farelo.

Ao que respondi: “Senhor, podes explicar melhor o que queres dizer?”

Continua o Senhor: “A única forma de separar a farinha do farelo é peneirando-a com uma peneira de rede bem fina, a fim de que o resultado final seja uma farinha completamente branca, sem misturas. Ou seja, alva como a neve. É o que está a acontecer.

Dentro das igrejas e no meio do Meu povo existe farinha e farelo misturados de tal forma que não se consegue separar uma coisa da outra. Em quadro explicativo digo como ocorre: Quando se deita essa mistura numa peneira como se processa?

Respondo: “Abana-se!?”

Explica o Senhor: “Não só se abana, como também se bate na madeira lateral para que se solte melhor. E o que acontece à mistura que está a ser peneirada? É abanada de um lado para o outro, batida e revolta dentro da peneira para que a farinha branca e suave se desprenda do farelo, mais grosseiro e de cor mais escura, soltando-se para cair no recipiente apropriado que a recolhe. Este processo é o que está a acontecer com os Meus filhos neste momento. Estão a ser abanados e sacudidos como a farinha que se encontra dentro da peneira. Só depois de todo este processo é que se poderá distinguir quem na verdade é farinha pura, ou farelo grosseiro que no meio da farinha torna-se difícil de distinguir. Mas tal como estamos no momento de apartar as águas, também é o momento de separar a farinha do farelo.

Aquele que à primeira abanadela [provação] perder a fé, não é farinha, é farelo. Aquele que perseverar crendo em Mim e no Meu poder, esse é farinha pura, sem mistura.

Estai pois atentos, pois muitos há que pensam que sendo Meus filhos nada lhes acontecerá. Eles que provem que o são quando as vicissitudes os assolarem.

Só aqueles que se mantiverem firmes, aconteça o que lhes acontecer, são Meus.

E como chegou a hora da definição, estai preparados para o que possa vir.

Sereis peneirados a direito até a separação dos Meus verdadeiros filhos ficar totalmente definida.

Obrigado meu Pai.

Irmã Manuela


 


MENSAGEM DE VITÓRIA


Este mês quero partilhar uma mensagem de vitória numa corrida diferente.

Está escrito: "Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade correm, mas um só leva o prémio? Correi, de tal forma que o alcanceis.” (I Coríntios 9:24)

Quando meditava nestas palavras e as comparava com a vida real, lembrei-me que são diversas as modalidades de atletismo. E embora haja diversas metragens, uma corrida, talvez a principal, é a maratona, pois exige um preparo diferente pela sua longa distância e tempo para a percorrer. Só um atleta bem preparado se aventura neste tipo de competição, dado que a maratona não é um teste de velocidade, mas um teste de resistência.

Precisamente nesta minha meditação foi dada uma visão interessante, que contraria, só em parte, as palavras do apóstolo Paulo que foram citadas; no entanto, o amor do Senhor por todos nós que um dia encetámos a “corrida” é sempre o mesmo – perseverança; não desistir.

A visão mostrava uma estrada com oito pistas bem demarcadas no solo. Os participantes não eram atletas vestidos com as suas indumentárias, mas pessoas comuns. Numa pista estava uma pessoa obesa que disse: “Como posso correr com o meu excesso de peso?” Então, optou por não iniciar a corrida. Outro dizia: “Como vou correr se nunca treinei e os outros estão certamente mais preparados?" Também decidiu não correr. Mas os restantes partiram e começaram a corrida. A determinada altura, uns começaram a desistir e outros, vendo isso, também saiam das pistas e não mais corriam.

Somente dois conseguiram atingir a meta ao mesmo tempo. Desta forma não havia propriamente um vencedor, mas dois.

O que nenhum deles sabia é que todo aquele que passava a linha de chegada era sempre vencedor e não importava o tempo gasto para chegar à meta.

Assim, espiritualmente cada um de nós está “correndo” a sua maratona; talvez o percurso de uns seja diferente de outros; talvez haja atrasos porque tropeçamos e caímos, mas só uma coisa interessa – não desistir.

Se cairmos, levantemo-nos, pois o nosso Deus está sempre pronto a ajudar e animar a cada um, para que o alvo nunca seja desviado dos nossos olhos – e esse alvo é o final da carreira.

Para nos facilitar a “corrida” rumo à eternidade, o Pai dá-nos diariamente momentos de refrigério em que podemos renovar as nossas forças físicas e espirituais. São os momentos de oração e de louvor, em suma, as nossas conversas com o Senhor; nesses momentos entregamos-Lhe os nossos queixumes, as nossas dúvidas e sempre Lhe pedimos ajuda para continuar. E essa ajuda nunca nos faltará.

O nosso Pai espera por cada um de nós de braços abertos e pronto a dizer: “Chegaste até aqui, entra no gozo do teu Senhor.

O mesmo apóstolo que nos animou a fazer a corrida tendo o prémio como alvo, já mais velho, sabe que o nosso Deus premeia a todos. Eis o que ele escreveu: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas a todos que amarem a sua vinda.” (II Timóteo 4:7-8)

Que o Senhor abençoe cada um dos irmãos e leitores. Vamos continuar a corrida da fé sem desfalecer.

Irmão José Luís Robledo

(Obra Social Refúgio Betânia – Espanha)

 

Leia A Bíblia O Grande Evangelho de João

“A Luz Completa” “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13) “Eis a razão, porque agora transmito a Luz Completa, para que ninguém venha a desculpar-se numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado com a pureza integral de Minha doutrina e de seus aceitadores. Quando voltar novamente, farei uma grande selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois todos os que procurarem com seriedade acharão a verdade.” (O Grande Evangelho de João – volume I –)




--Imagens de wix e Pixabay--

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