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Janeiro 2022


95-Ano XXVIII-AVB-JANEIRO de 2022
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Ano XXVIII - Nº 95


Neste Boletim:



  • O Espírito por detrás da Letra

  • Dádivas do Céu

  • Excertos d’O Grande Evangelho de João

  • Ilusão e Certeza

  • Um Pouco de História





Disse Jesus:

Está escrito nos profetas:

Todos serão instruídos por Deus. Todo aquele que ouviu e aprendeu

do Pai vem a Mim.

(Evangelho de João 6:45)




O ESPÍRITO POR DETRÁS DA LETRA


O profeta Isaías, dirigindo-se ao chamado povo de Deus (Israel), lembra-lhe o seu afastamento da Verdade, pois compreendiam a Escritura somente no sentido da letra. Diz o profeta: “Pelo que toda a visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele dirá: Não posso, porque está selado. Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele dirá: Não sei ler.” [1]

Os quadros proféticos integrados num texto, que aparentemente relatam um facto comum, ou visam puramente um objectivo material, carecem de interpretação espiritual, pois toda a Palavra de Deus é projectada na e para a eternidade.

O apóstolo Paulo é muito enfático quando considera de pouco valor a leitura da Escritura desligada do sentido espiritual.

É necessário que procuremos compreendê-la no seu sentido oculto/profético: “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, e o espírito vivifica.” [2]

Este entendimento do apóstolo prende-se com a sua revelação do ministério profético de Jesus, pois todos os actos do Divino Mestre sempre tinham um caracter profético, como é dito: “Porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” [3]

Quando Jesus multiplicou cinco peixes e dois pães, alimentando cinco mil homens, mulheres e crianças que O acompanhavam e se encontravam sem alimento, ficamos felizes pelo acontecimento e dizemos: grande milagre.

Será que hoje Jesus poderia fazer o mesmo milagre?

A nossa resposta é: Claro que sim! Não somente porque sabemos que para Ele tudo é possível, mas porque o experimentámos fisicamente, durante a distribuição de alimentos na rua, aos nossos irmãos mais carenciados, pois presenciámos por diversas vezes a multiplicação de refeições.

Se pararmos por aqui, ou seja, analisando e deslumbrando-nos com o milagre, pouco proveito teremos, pois a nossa fé vai precisar de outros milagres. O nosso materialismo não se sacia, pois quer sempre mais e mais experiências palpáveis para acreditarmos.

Tal como nós, os discípulos participaram activamente neste milagre. Foram eles que distribuíram os alimentos pelo povo, mas nenhum deles, salvo o apóstolo João, se abeirou do Mestre para Lhe perguntar o significado espiritual do acontecido: “Bem que João disto toma conhecimento; sendo, porém, quem mais se dedica às interpretações espirituais e desejoso por ver em tudo, motivo, efeito e finalidade, pergunta pelo porquê deste milagre.”

Eis a explicação dada por Jesus ao Seu discípulo e que será de grande proveito para nós:

Cabendo-te assimilares profundamente o segredo do Reino de Deus, toma nota: Estas pessoas representam o mundo que havia absorvido toda a sua reserva de nutrição espiritual. Somente um menino simples tinha ainda a alma pura e incorrupta e uma fé infantil, razão por que possuía cinco pães de centeio e dois peixes.

Os cinco pães apontam estarem os seus cinco sentidos puros e intactos, isto é, a sua alma encontra-se limpa, o que foi demonstrado pela sua grande alegria por satisfazer-Me. Os dois peixes, idênticos ao bem derivante do amor e da verdade provindos da fé, ou o calor da sua vida de amor e o fogo da sua luz do saber, demonstram a sua fé infantil, confiança e dedicação. Ao mesmo tempo, a sua pequena individualidade indica fragilidade e como estão reduzidos, actualmente, o Bem e a Verdade celestes entre as criaturas do mundo.

Além disso, significam os cinco pães a Minha doutrina. Parece muito pequena para todas as criaturas da Terra; multiplicar-se-á, porém, como estes pães; entretanto, sobrarão para os mais sábios, por Mim doutrinados e saciados em espírito, conhecimentos sempre mais profundos e novos, por toda a eternidade. Os doze cestos correspondem às doze tribos de Israel na sua totalidade, e à perfeição divina jamais alcançada.

Eis, João, a interpretação deste milagre. A vontade daquelas pessoas em querer fazer-Me rei do mundo demonstra a sua tendência verdadeira, maldosa e pervertida, porque desejam tornar-se um povo poderoso e temido para abater todos os seus pretensos inimigos, contrariando a Minha doutrina. [4]

Parafraseando este milagre, vamos procurar transpô-lo para o nosso tempo. A Humanidade em geral, mesmo a dita cristandade tal como o judaísmo da altura de Jesus, encontra-se num estado de incompreensão das coisas espirituais e enraizada na sua corrupção e no seu materialismo.

Tomamos a liberdade de parafrasear este milagre, segundo nos é relatado nos textos da Escritura: (Mateus 14:13-21; Marcos 6:30-44; Lucas 9:10-17; João 6-1-14):

“Contemplo a multidão que sempre acorre a Deus, buscando ajuda para a sua vida terrena, pois nada mais almeja além deste mundo. Embora estes muitos da Humanidade creiam em Deus, só na aflição O buscam.

Vendo a grande necessidade da multidão dos homens que mesmo assim não O querem deixar, pois sabem que através Dele sempre têm recebido ajuda, contemplo aqueles que na sua honestidade querem servi-Lo e se dizem ser Seus mensageiros e apóstolos. A esses tais, Jesus manda que a todos saciem; mas mesmo estes reconhecem a sua pobreza, não mais podendo dar aquilo que não possuem. Então, conforme é dito pelo Senhor, a fé de cada um deles é experimentada, forçando-os a buscarem entre si aquilo que poderão ofertar ao Criador, para ser partilhado com todos, pois o Senhor nada mais pede além daquilo que possuímos.

Mas nenhum deles pode satisfazê-Lo. Só um pequenino número, comparado a uma criança, se abeira de Jesus, trazendo com alegria todo o seu alimento. São estes poucos, quais crianças, que estão preparados para entrar no Reino dos Céus. Só estes poucos se encontram na simplicidade de espírito e no Amor para com o Senhor, traduzido na alegria da oferta total.

Estes, iguais à criança do milagre, compreenderam aquilo que Jesus sempre pediu e pede – tudo o que temos; e eles ofertam a totalidade do seu coração e da sua alma ainda limpa. Os seus cinco sentidos, ainda despertos para as coisas do Alto, são comparados aos cinco pães de cevada que o menino possuía; mas também Lhe ofertaram as suas almas, ainda despertas para o Bem e para a Verdade, tal como os dois peixes já preparados.

É com estes poucos, de fé simples e coração sincero (a criança que ofertou os cinco pães e dois peixes), que o Senhor irá mudar o mundo, através da Sua doutrina pura dos Céus, qual ‘A Nova Jerusalém Celeste’ que desce à Terra vagarosamente, para que toda a Humanidade possa reconhecer o Messias outrora rejeitado.

E os Seus discípulos, que há pouco tempo não tinham nada para repartir, vão contemplar a Sua bênção, quando proclamarem ‘A Nova Revelação Viva’, o Seu Verbo (os cinco pães de cevada) e anunciarem os dois grandes mandamentos do Amor, encaminhando a Humanidade na busca do seu Criador, amando o seu próximo como a si mesmo (os dois peixes).

Todas as famílias da Terra serão saciadas fartamente pela Sua doutrina pura, tal como as doze tribos de Israel em seus tempos áureos. E os sobejos redistribuídos por todos (os doze cestos de sobras) chegarão para satisfazer a sua fome espiritual, pois nada que vem de Deus se perde.

No milagre, a alegria a todos invadiu e queriam fazer de Jesus o seu Rei terreno, mas Ele se afastou, pois é Seu desejo reinar dentro do nosso coração e aí permanecer, como sempre disse: “O Meu reino não é deste mundo”.


Fraternalmente em Cristo,

Irmão Egídio Silva

[1] Isaías 29: 11-13 [2] II Coríntios 3:5-6 [3] Apocalipse 19:10 [4] GEJ – VI – cap. 42.



DÁDIVAS DO CÉU




A PRIMAVERA ESPIRITUAL


O que é a Primavera

e o que podemos aprender da mesma?


«Quanto à Primavera, na natureza, ela não é nada mais que aquilo que cada pessoa observa de manhã ao acordar: Uma actividade desperta todos os seus espíritos de vida.

Quando estes espíritos são despertados do seu sono pela luz e pelo aumento do calor, eles reiniciam ordenadamente, desde o começo, as suas actividades. Todos os sentidos se manifestam. O estômago anuncia que necessita de comida, e todos os líquidos do corpo iniciam uma circulação vivaz.

Isto também acontece na natureza universal. Infinitos milhões de espíritos da natureza são acordados, pela claridade e pelo calor do sol, do seu profundo sono invernal. Iniciam as suas actividades vegetativas e começam a desenvolver e criar inúmeras plantas, ervas, arbustos e árvores, como também os pequeninos animais. E isto tudo acontece numa ordem pré-estabelecida.

Vede, esta é a Primavera natural. O que podemos aprender de tudo isto? Eu vos afirmo: Muito.

Vós bem sabeis como a Primavera acontece: Com o aumento da claridade e do calor.

Vede, se lerdes ou escutardes com afinco e fidelidade a Minha Palavra, então o grande Sol espiritual vai-se aproximar do vosso sol terreno e da região ainda fria do vosso coração. Esta "luz do sol" produz mais e mais calor, o que representa de facto o amor por Mim, para a verdadeira actividade viva do espírito.

Quando isto começa a acontecer nessa pessoa, iniciou-se então a "primavera espiritual".

Mas, como acontece na Primavera natural, onde junto a plantas e animais úteis e bons também crescem plantas nocivas e animais venenosos, isto também acontece na primavera espiritual. São despertos nos homens espíritos maus, nocivos e venosos. Por isso, as tentações para o pecado tornam-se muito mais fortes e activas do que acontecia durante a chamada ‘hibernação da estação fria”. Este Inverno é a tibieza e a inércia que se instalam nas pessoas, que ficam quase sem vida.

É esta a razão por que cada homem tem de ser um jardineiro muito cuidadoso da videira espiritual, cuidar bem dela, arrancando as ervas daninhas, e matando os animais nocivos que podem estragar o seu pomar e as flores do seu jardim.

Quem proteger a sua árvore da vida com todas as ferramentas – que são basicamente a humildade e abnegação – e mantiver o seu jardim bem limpo, este com certeza obterá uma óptima colheita no verão e no outono, com bons e saborosos frutos.

Estes frutos são "o aparecimento do sinal do Filho do Homem no Céu". Os "povos da Terra" são os desejos e as paixões más que foram expulsos, e que têm este nome em consequência d’ "a vinda do Filho do Homem nas nuvens do firmamento, em enorme força e maravilhas"


(Texto revelado a Jakob Lorber em 01 de Maio de 1841)



***


EXCERTOS D’O GRANDE EVANGELHO DE JOÃO



O SENHOR EM NAIM, NA JUDÉIA.

A RESSURREIÇÃO DO JOVEM DE NAIM


«Partimos de imediato, pois o Sol estava prestes a desaparecer, e dentro de uma hora chegamos a Naim. Subentende-se que os gregos convertidos nos acompanham, de sorte a formarmos uma caravana.

Dá-se uma ocorrência muito semelhante à do primeiro ano da doutrinação em Naim na Galileia, sendo esta na Judeia; portanto, não devem ser confundidas.

Ao entrarmos no portal da cidade, aproxima-se um féretro, em companhia dos familiares do morto, filho único de uma viúva, completamente desconsolada. Como esperava a nossa passagem, Eu Me aproximo dela, digo-lhe palavras de conforto e pergunto há quanto tempo o filho estava morto.

Diz ela: Senhor, não te conheço, mas sinto-me confortada com a tua manifestação de pesar. Quem te disse ser o falecido meu filho?

Respondo: Sei disso por Mim mesmo e dispenso informação. Diz ela: Nesse caso, também sabes quando morreu.

Digo Eu: Exactamente. Há três dias sucumbiu de febre violenta. Se tiveres confiança, poderei vivificá-lo e devolver-te o teu filho.

Diz a viúva: Senhor, as tuas palavras deram alento ao meu coração, mas um morto só poderá ressuscitar no Dia do Juízo. Talvez sejas profeta dotado do Espírito de Deus e do Seu poder?

Digo Eu: Saberás disso à noite, porquanto ficarei na tua hospedaria. Abri o caixão, pois quero devolver o rapaz à triste genitora.

Os familiares obedecem, e Eu pego na mão do defunto e digo: Jovem, quero que te levantes e sigas com a tua mãe!

Às Minhas palavras, ele se levanta, e uma vez livre das tiras com que os judeus costumavam envolver os defuntos, sai do esquife, são e forte, e Eu o entrego à mãe sumamente admirada.

Este milagre provoca verdadeiro pavor – até mesmo entre os Meus apóstolos – a ponto de alguns fugirem, outros não conseguem proferir palavra. Mando os carregadores levarem dali o caixão, para que a mãe e o filho possam agradecer alegremente a Graça recebida.

Quando a recordação da morte é afastada, os gregos começam a dizer: Isto só é possível a Deus! Os judeus, porém, obstam: Sim, somente Deus é capaz de tais milagres. Deus, no entanto, é puro Espírito, e ninguém O poderá ver e continuar vivo. A este homem vemos sem morrer, por isso deve ser apenas profeta excepcional, detentor do Espírito divino, entretanto não é Deus.

Respondem os gregos: Se afirmais que somente Deus poderia operar tal milagre, e tal homem, apenas quando de posse do Espírito divino, as vossas palavras confirmam que Este só pode ser Deus mesmo. Louvando-O e honrando-O como Deus Verdadeiro, estamos mais perto da Fonte da Verdade, da qual surgem Luz e Vida, do que vós.

Há algumas horas éramos pagãos, quando este Homem Divino deu a visão à filha de nosso amigo e também dizimou o templo pagão, sem deixar vestígios. Agindo deste modo pelo poder divino, é ipso facto Deus mesmo, e não necessita pedir ao Deus Omnipotente, porquanto O é em Pessoa.»



O SENTIDO ESPIRITUAL

DA RESSURREIÇÃO DO JOVEM DE NAIM


«Após estas palavras profundas, que entre os apóstolos causam admiração, Tiago, o Maior, diz: Senhor e Mestre, sabes que pouco falo. Mas, neste momento tenho ensejo de me expressar, se me permitires.

Digo Eu: Caro irmão, se não quisesse a tua manifestação o teu coração estaria calmo. Querendo que fales, podes dizer o que te vai no íntimo.

Levantando-se, Tiago diz: Há mais de dois anos que seguimos após Ti por muitos lugares e cidades, tornando-nos testemunhas de inúmeros milagres, e também nos deste o poder de curar e afastar os maus espíritos das pessoas possessas; em suma, levaria anos para relatarmos tudo e o intelecto humano não assimilaria o sentido. Mas esta Tua acção em Naim tocou-me especialmente, e confesso sentir algo espiritual e profético neste milagre. Em todos os Teus ensinos e acções se oculta um sentido profundamente espiritual para o futuro, e anseio por uma explicação.

Digo Eu: Julgaste bem, caro irmão Tiago, que desde o Meu nascimento nesta Terra Me rodeaste, portanto foste, és e serás fiel testemunha de todos os Meus Passos, Palavras e Ações na Terra. Realmente oculta-se algo peculiar por detrás deste milagre, todavia não é acessível ao intelecto humano de hoje.

Dentro de Mim vejo a Eternidade total, revelada, inclusive esta acção como facto consumado. O vosso espírito, ainda em adolescência, não pode vê-lo e assimilá-lo.

Sendo tu profundo pensador, e sentindo que nada faço sem importância correspondente no Infinito e na Eternidade, posso suprir-te com alguns indícios. Por várias vezes demonstrei o motivo da Minha Vinda a este mundo como Filho do Homem, referindo-Me aos profetas. Também expliquei minuciosamente o destino da Minha doutrina em tempos futuros, como Igreja fundada por Mim mesmo. Em Jerusalém exemplifiquei tal facto com grandes sinais no Firmamento. Tal época final e mais tenebrosa - em que a Minha doutrina será desvirtuada num paganismo mil vezes pior que até hoje qualquer religião pura fora deturpada, na qual se construirão templos e altares a criaturas santificadas pelos sacerdotes, prestando-lhes veneração divina – corresponde a este facto.

Declarei abertamente não ser o Meu Reino deste mundo, não vos competindo preocupações pelo dia de amanhã, mas unicamente a incumbência da divulgação do Reino de Deus e a Sua Justiça, sem ser exigido qualquer pagamento, aceitando apenas o que o amor vos der em Meu Nome. Recebestes tudo gratuitamente e assim deverá ser passado a outrem.

Também vos aconselhei, e aos demais setenta discípulos que enviei a Emaús, a divulgação do Evangelho e que nenhum tivesse dois mantos, alforge e bordão para se defender contra um inimigo, pois o Meu Nome, a Minha Palavra e a Minha Graça seriam suficientes para qualquer um.

Adverti abertamente que não deveríeis julgar alguém para não serdes julgados; evitai igualmente imprecações, condenações e perseguições, a fim de não passardes o mesmo. A medida aplicada vos será retribuída.

Deveis apenas orar pelos que vos odeiam e amaldiçoam, e fazer o bem a quem vos procura prejudicar, e assim podereis aguardar o Meu prémio, juntando brasas nas cabeças dos inimigos, transformando-os em amigos.

Ordenei-vos doutrinar, viver e agir debaixo da bandeira do amor ao próximo, real e vivo, e também vos assegurei de que se reconhecerão os Meus verdadeiros adeptos pelo amor desinteressado ao próximo. Essa não será a situação no futuro, mas precisamente contrária à Minha doutrina revelada.»



A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA NOSSA ÉPOCA


(O Senhor): «A verdadeira fé e o puro amor estarão inteiramente extintos. Em seu lugar, os homens serão obrigados a aceitar uma crença errónea sob leis de punição gravíssimas, assim como uma febre maligna impõe a morte ao corpo.

E caso uma Comunidade, fortificada pelo Meu Espírito, se levantar contra os doutrinadores e profetas falsos e cobertos de ouro, prata e pedrarias, que se apresentam como únicos e verdadeiros seguidores e Meus representantes, a fim de demonstrar-lhes serem precisamente o contrário, porquanto obrigam os fiéis a procurarem a sua salvação e a verdade somente junto deles, haverá tanta luta, guerra e perseguição como nunca houve entre os homens desta Terra.

O estado pior e mais tenebroso não durará por muito tempo, porquanto os doutrinadores e profetas falsos aplicarão o golpe a si próprios. O Meu Espírito, isto é, o Evangelho da Verdade, despertará entre os aflitos, o Sol da Vida despontará num grande fulgor, e a noite da morte se afundará na antiga tumba. Por diversas vezes predisse essa época tenebrosa, e apenas Me referi a ela para facilitar a interpretação da ocorrência de hoje com a situação posterior.

Esta pequena cidade de Naim, rodeada quase por todos os lados de vilas e aldeias pagãs, é ainda habitada por um pequeno grupo de judeus; semelhantes aos antigos samaritanos, encontram-se no puro judaísmo, sendo-lhes as leis do Templo um horror. Reconhecem as traficâncias do sinédrio, sem poderem reagir. Os vizinhos são pagãos que pouco ligam aos ídolos, mantendo apenas as aparências e ligando somente ao lucro material.

O mesmo acontecerá na época predita, naturalmente em grandes proporções. Subsistirá uma Comunidade pura semelhante a esta cidade, rodeada por criaturas completamente ateístas e apenas interessadas na indústria lucrativa; pouco interesse haverá pela Minha doutrina pura e muito menos pelo paganismo depravado de Roma. Nessas circunstâncias, a situação da Comunidade pura tomará aspecto desolado e tristonho.

A Doutrina pura assemelha-se à viúva entristecida, cujo filho ressuscitei, sendo ele a fé por Mim despertada. O filho morrera de febre maligna, comparável à tendência do lucro material no qual ingressou também esse povo, em virtude da mistificação mais absurda de Jerusalém; além disso, também pela completa ausência de fé dos pagãos, a circundarem o local e que mais tarde receberão a classificação de “industriais”.

Por causa disso tudo, sucumbe pela febre material a fé anteriormente pura, conquanto nova, pois radicou-se há dezasseis anos por samaritanos imigrados, representando justamente o marido da viúva.

Eis que venho Pessoalmente, converto os pagãos, trazendo-os aqui na noite mais triste da Comunidade, e vivifico a fé que devolvo à viúva, quer dizer, à pura Doutrina de Deus. Após esta Minha acção virão todos os pagãos, para aceitar a fé ressuscitada em Deus Único e Verdadeiro, adaptando a sua vida dentro da Sua vontade revelada.

A menina cega, a quem restituí a visão, representa a indústria completamente cega da época referida, tão mesquinha e pobre que os regentes orgulhosos e inclinados ao luxo exigirão impostos elevados sobre as viúvas, surgindo daí carestia, miséria, falta de fé e amor entre criaturas que se enganarão e perseguirão.

Todavia, lembrai-vos: Quando a aflição chegar ao auge, Eu virei por causa dos poucos justos, e apagarei a miséria sobre a Terra e farei espargir a Minha Luz de Vida nos corações humanos.

Assim, caro irmão Tiago, dei-te a explicação desejada e, como filósofo profundo, saberás descobrir o resto. Se bem que tais previsões do futuro funesto não tragam alegria à alma, não a prejudicam e o exercício na interpretação espiritual, reconhecendo que todos os acontecimentos desta Terra têm íntima relação com o mundo interno e oculto dos espíritos, que abarca todas as épocas e espaços numa actualidade revelada. Tereis, vós todos, compreendido o assunto?»



(O Grande Evangelho de João – IX – 33,39,40)




ILUSÃO E CERTEZA




O tocar das doze badaladas, prenúncio do término do velho ano que findou para dar início a um Novo Ano, cria um sentimento de euforia generalizada. Trocam-se beijos e abraços com quem está ao nosso redor, incluindo mesmo desconhecidos. Abrem-se garrafas de champanhe com grande alarido e todos se deixam envolver por esse clima de festa. Este ano celebramos o início de 2022.

Aqueles que acrescentam “se Deus quiser” no final de qualquer afirmação, ou concordância, são muitas vezes mal interpretados. Ou é uma beatice desusada, ou não têm a certeza se irão cumprir o compromisso que assumiram.

A verdade é que não se trata nem de uma coisa, nem de outra. Apenas a tomada de consciência, genuína, de que ninguém é dono do “logo”, nem do “amanhã”. E para comprová-lo gostaria de partilhar uma situação da qual fui testemunha ocular há dois anos atrás. Era antevéspera de Natal, e encontrávamo-nos vários clientes numa papelaria, aguardando a nossa vez de sermos atendidos. Um cavalheiro que já havia terminado de preencher o Totoloto pegou no telemóvel e ligou à sua neta, dizendo-lhe que estava quase a sair. Ela estava a descer a rua, pelo que combinaram encontrar-se diante da papelaria. O senhor saiu, e passado nem dois minutos, ouvimos um grande alvoroço na rua. Viemos à porta para ver o que se passava. Deparámo-nos com o referido senhor inerte, caído no passeio, à saída do estabelecimento. Foi chamado o INEM, verificando que o senhor tinha acabado de ter uma síncope cardíaca. Tentaram reanimá-lo ali mesmo, dada a gravidade do seu estado, mas todos os esforços foram em vão - não resistiu. A neta que vinha ao encontro do seu avô encontrou-o morto.

Quando visualizamos uma situação destas, o que podemos concluir?

- A vida é uma ilusão, que se esvai num sopro.

E quando tal acontece, esse ser humano nem tem tempo para pedir perdão a Deus dos seus pecados e omissões, por não ter praticado o bem quando o poderia ter feito. Um erro que também estará anotado no seu livro da vida.

Podemos fazer muitos planos a curto prazo, mas como aconteceu com a cena que vi in loco, nada nos garante que o que planeamos se irá realizar.

É verdade que o sonho comanda a vida, e sem esperança perde-se a razão de viver. Mas aqueles que vivem ligados ao Altíssimo, “orando e vigiando” como nos foi advertido, devem ponderar, ou esforçarem-se por alcançar uma vida onde haja temperança, prontos para se apresentarem diante do nosso Divino Mestre – o que pode ocorrer inesperadamente.

À pergunta: O que fizeste da tua vida? Qual será a nossa resposta?

Terá valido a pena passar por este mundo? De algum modo contribuímos com o nosso pequenino testemunho, espalhando o Amor de Cristo que habita em nós, procurando amar-nos uns aos outros como Ele nos mandou?

Por esta altura, já existem inúmeros projectos e programas planeados e anotados nas agendas pessoais para serem cumpridos.

A questão é: Quem os cumprirá na sua totalidade, com toda a certeza?

Que cada um de nós possa acrescentar aos nossos propósitos, breves momentos ao longo dos dias para expressarmos a nossa Gratidão.

“Graças Senhor, meu Deus, por tudo quanto me dás. Obrigada Senhor pela refeição que vou/vamos tomar. Abençoa-nos a todos, desde aqueles que plantaram a terra até àqueles que trabalharam na cadeia alimentar para que esta comida pudesse chegar ao meu prato.”

Incluamos na nossa gratidão o ar que respiramos, e é comum a todos os seres humanos e animais.

E ao darmos graças a Deus por todas as dádivas que recebemos, vamos forjando a certeza de que nos aproximamos do Senhor, e dessa intimidade que vai crescendo surge a necessidade de nos abeiramos Dele pelas coisas mais singelas da vida diária.

Então, Ele torna-se o nosso melhor amigo, o nosso confidente. Aquele a quem podemos dizer tudo, porque nos conhece desde eternidades, e do Senhor Jesus só podemos esperar suaves palavras de muito amor e uma ternura inigualável.

A partir do momento em que Ele se torna verdadeiramente o nosso companheiro e Mestre, nasce no nosso coração a certeza de que Ele jamais nos abandonará.

Tal sentimento vai para além da ilusão, porque é uma realidade.

E naturalmente brota um maravilhoso e indescritível amor. O Amor Eterno do nosso Pai para com este ser pequenino e insignificante, mas que apesar de tudo é muito importante para Ele. Tão importante, que Ele desceu ao mundo e habitou entre nós para nos redimir, ensinando-nos a preciosa lei do Amor Universal.

Quem O busca de todo o coração nunca é rejeitado. Ele o acolhe de forma indizível, trazendo-lhe a paz e segurança perenes. Aqueles que só amam a matéria e uma existência mundana são incapazes de as vivenciar.

Num tempo incerto que nos encontramos na fase da separação das águas, num mundo onde impera o maligno, que a nossa Ilusão seja realista.

Deus prometeu a Sua protecção àqueles que o adoram em espírito e em verdade. Não com alardes, mas com o amor sincero que mora no fundo do coração.

Também nos advertiu de que iremos testemunhar acontecimentos devastadores.

A ilusão material e terrena não protegerá ninguém. Testemunharemos sonhos desfeitos, projectos anulados, e destruição em muitos lugares.

Temos um Deus poderosíssimo que nos convocou para, nestes tempos conturbados, sermos o sal da terra e a luz do mundo, testemunhando aos que desejem e que queiram aceitar Jesus como seu Senhor e Salvador.

Capacitemo-nos de que esse é o nosso trabalho.

A atitude dos filhos de Deus não pode ser idêntica àqueles que vivem para o materialismo e para as diversões mundanas.

Somos testemunhas vivas dos ensinamentos de Jesus.

Capacitemo-nos de que este é o nosso trabalho para o Ano 2022.

- A Ilusão dos crentes fiéis.

Renovar, recriar com audácia, com a certeza de que Deus está connosco.

Será esta ilusão abençoada pelo nosso Eterno Pai, que nos fará viver com alegria, e nos dará ânimo para prosseguirmos, com a certeza de que estamos trilhando a estrada certa, enquanto a nossa hora da chamada não chegar.

Que o Senhor nos cubra de bênçãos e nos dê um Ano 2022 com muita saúde e paz, e que todos possamos dizer, como o Salmista:

“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará.”

Irmã Manuela Diniz




UM POUCO DE HISTÓRIA



“BLACK FRIDAY”


Temos ultimamente ouvido falar e visto nos meios de comunicação social, tanto escritos como visuais, o termo Black Friday. Trata-se de uma terminologia inglesa que significa literalmente “sexta-feira negra”.

E como temos observado, lojas de vários tipos de produtos promovem muitas destas sextas-feiras, ou melhor, fins-de-semana, no sentido de escoar os seus excedentes de mercadorias, aliciando com descontos incríveis, o que na maioria das vezes não é verdade. Mas o ser humano é insaciável quando se trata de consumo!

Contudo, este evento tem por trás uma história verídica, direi mesmo trágica. O termo Black Friday foi usado para uma (última?) venda de escravos nos EUA, venda essa que tinha um desconto sobre os mesmos, efectuado numa sexta-feira em 1904! Século vinte, portanto!

Há muito que a escravatura tinha acabado, pelo menos na lei e formalmente. Mas na prática foi há pouco mais de cem anos que se efectuou esta realidade. É chocante.

Mas, devemos reflectir sobre isto. Que o mundo dos negócios faça das suas vendas promocionais uma associação criminosa com um acontecimento de há algumas décadas, já não nos admira. Daqueles que só pensam em ganhar dinheiro, os escrúpulos não existem. Ao fim e ao cabo, é preciso que a economia funcione e haja emprego. Como proceder não há limites.

Embora lamentável, esta realidade que devia chocar as pessoas não passa de um simples negócio. Eu vendo e tu compras. Afinal o factor oferta/procura é o que faz funcionar o mercado.

Mas o mais triste de toda esta situação é que os próprios cristãos, os que deviam dar o exemplo de dignidade e de verdade, também vão na onda e muitas instituições evangélicas e religiosas promovem seus produtos (como livros, CDs, DVDs, e outros produtos) fazendo a mesma coisa que os não cristãos ou aqueles que denominamos mundanos. É funesto, sombrio e degradante.

Até parece que já não conseguimos discernir a mão direita da mão esquerda.

Quando Jesus, na Sua última ceia com os Seus discípulos, pediu que cada vez que ceassem (o que os cristãos fazem cada um à sua maneira) o celebrassem em memória Dele, quando nós, de uma maneira ou de outra, nos associamos a eventos como este, estamos a perpetuar uma infâmia, avalizando uma situação degradante que a todos os seres humanos com um mínimo de consciência cristã, choca.

É bom que cada um de nós, que se diz cristão e que tem Jesus como seu Senhor e Salvador, não se sente nesta roda de escarnecedores, mesmo que em nome de uma venda que se diz inocente, para que não propaguemos uma situação que não tem razão de ser em pleno século XXI.

Por vezes não se entende o ser humano.

Debate-se o racismo, o colonialismo, a escravatura, derrubam-se estátuas que representam esclavagistas, ou pretensos esclavagistas, queimam-se livros que falam de exploração do homem pelo homem, alguns até pretendem mudar a história apagando o que aconteceu, mas até agora não se vislumbrou nenhuma organização ou grupo de pessoas que se insurjam contra este tipo de eventos.

Pelo contrário. Antes de abrir as lojas, milhares de pessoas esperam ansiosamente pela sua abertura, passam horas nas filas para serem os primeiros a entrar e arrebatar os produtos que mais desejam. Pena é que não esperem nem corram assim em direcção ao Senhor.

Os cristãos não devem pactuar com esta situação. Não devemos eternizar algo que infelizmente manchou a história da humanidade. Não há inocência nem ingenuidade neste tipo de vendas. Por detrás disto está o adversário das nossas almas que tudo faz para aviltar o ser humano. Saibamos discernir o que está certo do que está errado.


Irmão Tomaz Correia





Leia A Bíblia e  ‘O Grande Evangelho de João



“A Luz Completa

Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13) Eis a razão, porque agora transmito a Luz Completa, para que ninguém venha a desculpar-se numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado com a pureza integral de Minha doutrina e de seus aceitadores. Quando voltar novamente, farei uma grande selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois todos os que procurarem com seriedade acharão a verdade.

(O Grande Evangelho de João – volume I –)


--Imagens de wix, freepick e pixabay--

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