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Setembro 2020

Ano XXVII - Nº 79
79-Ano XXVII-AVB-SETEMBRO de 2020
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N

este Boletim:


  • Maturidade;

  • “Recados do Pai”;

  • Excertos d’O Grande Evangelho de João;

  • Dádivas do Céu;

  • É Chegado o Poder das Trevas;

  • Cristãos do Conforto;

  • Um Pouco de História.



MATURIDADE Tudo na terra segue o ciclo imutável da matéria e o homem não escapa a esse ciclo – nasce, cresce e morre. Muitas filosofias e religiões afirmam que esse ciclo é repetitivo e que vezes sem fim o homem retorna à terra para melhorar. Sabemos pela Escritura, e a prática também o prova, que tais crenças são falsas. Desde a criação de Adão e Eva, segundo a marcação das Escrituras, passaram seis mil anos e não vemos qualquer melhoria no ser humano, antes pelo contrário. O aperfeiçoamento ou transformação do homem, no caso do Antigo Pacto/Testamento, passava por respeitar a ordem divina e as Suas leis; para nós, criaturas do Novo Pacto/Testamento, passa por seguir e viver a doutrina de Jesus. É a vivência da doutrina de Cristo que vai moldar e transformar o homem para o tornar num filho de Deus. A opção de cada um é feita aqui na Terra, vindo depois, como diz a Escritura, o juízo que deriva da nossa escolha terrena: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” – “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo...” [1] Neste artigo talvez analisemos assuntos novos para alguns, mas consideramos este tema por demais importante para podermos compreender a razão de termos nascido, crescido e no final morrermos, deixando este mundo da matéria. Este crescimento é o que chamamos de amadurecimento ou maturidade. Segundo a revelação do Senhor, este amadurecimento atinge a sua plenitude na idade de trinta anos, justificando-se que Jesus Cristo haja iniciado o Seu ministério terreno com essa mesma idade. Até essa altura, a Sua personalidade estava sendo formada no anonimato, em Nazaré, exercendo a profissão de carpinteiro, tal como o Seu pai adoptivo. Ali travou a grande batalha contra a matéria e os apetites carnais a que estava sujeito como qualquer de nós, renunciando a tudo para que a Sua carne, alma e espírito se ligassem a Deus o Pai, até chegar àquela idade da maturidade plena com a qual iniciou o Seu ministério terreno, por cerca de três anos e meio. Esta é a razão por que Ele mesmo diz: “Tal vida de Deus não Me foi dada pelo ventre materno. O gérmen se achava dentro de Mim; teve que ser desenvolvido, o que Me custou quase trinta anos de esforços.” Por isso, Jesus, sendo o nosso Salvador, também é nosso Intercessor, pois passou as mesmas vicissitudes de qualquer ser humano e pode condoer-se das Suas criaturas: “Porque não temos um sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.” [2] É-nos dito pelo Senhor na revelação escolhida para esta reflexão: Dos doze aos trinta anos, geralmente o percurso é de conhecimento do corpo e da matéria. É a época de maior pecado em ignorância, pecado próprio do conhecimento e da exploração do mundo e do eu. Se desde crianças fôssemos ensinados a seguir a Ordem Divina, na busca do que é espiritual, ao invés do contrário, seríamos as mais felizes das criaturas. Infelizmente, isso não acontece. Desde que surgiu o pecado na terra, somente uns poucos escolheram seguir assim o nosso Deus e a Sua Ordem, fazendo parte daqueles que chamamos patriarcas e que estão relatados na Escritura; tomemos como exemplo a pessoa do profeta e juiz Samuel (I Samuel 1:22). Quando observamos a humanidade ao nosso redor, notamos diferenças entre as criaturas: umas tendem a viver no mundo com prazer, buscando tirar partido de tudo aquilo que consideram agradável - riqueza, bem-estar, posição social ou qualquer outra coisa; outras são desprendidas das coisas materiais e a sua busca gira em torno do conhecimento e vivência espirituais. Estes dois tipos de pessoas são identificados, segundo a revelação do Senhor, como criaturas da Terra e criaturas do Alto. No entanto, qualquer um deles pode atingir a maturidade espiritual e a filiação divina através do único caminho possível, ou seja, a renúncia, o amor a Deus e o amor ao próximo. Só que para os chamados do Alto é mais fácil; para os chamados da Terra ou de baixo, torna-se mais esforçado pela sua atracção ao que é material. Esta verdade foi transmitida por Jesus, num dos Seus confrontos com os fariseus que se julgavam criaturas espirituais: “E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.” [3] Já referimos que Jesus teve de percorrer um trajecto de renúncia e o nosso Pai, na revelação seleccionada, diz-nos o mesmo: “A diferença está no caminho que têm de fazer.” Então, qual o caminho que escolhemos? O materialista, ou o espiritual? Se analisarmos as palavras do nosso Pai que a seguir citamos e as tomarmos como conselho, podemos ter a certeza que o conhecimento que vamos adquirir nos fortalecerá espiritualmente, levando-nos a dar um testemunho sério e credível a todos aqueles que se cruzam connosco nestes dias. Dias difíceis, mas gloriosos, pois nos aproximam cada vez mais da volta do Senhor e é necessário que cada um de nós dê um testemunho convincente da nossa fé. Eis o que o Senhor disse: Depois temos os seres mais elevados em termos de amplitude de saber e de sentir. Homens mais predispostos às coisas do Alto e com mais potencial para as assimilar, mas nem por isso são mais espirituais. A diferença está no caminho que querem fazer, ou seja, todo o homem que nasce e desce a este planeta tem na sua essência e génese todo o potencial para se espiritualizar na totalidade; basta-lhe querer. No entanto, existem caminhos mais fáceis e caminhos mais difíceis conforme a natureza da vontade de cada um. A leitura destas palavras do nosso Pai dispensa qualquer explicação, pois elas são por demais esclarecedoras, retirando o pequeno véu que para alguns talvez existisse.  Não queremos terminar esta reflexão sem deixar registadas as palavras do apóstolo Paulo que nos mostram o verdadeiro caminho daqueles que, um dia, fizeram propósito de se ligarem a Jesus e à Sua doutrina: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à dextra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” [4] Fraternalmente em Cristo Jesus,

Pr. Egídio

[1] II Coríntios 5:10; Hebreus 9:27 [2] Hebreus 4:15 [3] João 8:23 [4] Colossenses 3:1-3



RECADOS DO PAI

“Nos primórdios, a alma era rebelde e dura, mas após todos estes anos de reflexão e evolução a alma foi cada vez ficando mais educada pelo Amor. É certo que existem seres muito rudes e primários, cuja inteligência se revela limitada e cuja acção é reflectida em movimentos bruscos, mesmo duros na sua essência. Esses homens mais básicos na sua génese são seres cuja alma se revela mais dura, mas nem por isso menos espiritual. A diferença está no caminho que têm de fazer.

Depois temos os seres mais elevados em termos de amplitude de saber e de sentir. Homens mais predispostos às coisas do Alto e com mais potencial para as assimilar, mas nem por isso são mais espirituais. A diferença está no caminho que querem fazer; ou seja, todo o homem que nasce e desce a este planeta tem na sua essência e génese todo o potencial para se espiritualizar na totalidade; basta-lhe querer. No entanto, existem caminhos mais fáceis e caminhos mais difíceis conforme a natureza da vontade de cada um. A alma se encaminha mais para o espírito ou mais para o corpo dependendo de vários factores. Primeiro, a influência da educação. A preparação que os pais e o meio concederam a uma alma. Toda a semente de carácter e de fé é colocada no ser nesta idade, até aos doze anos. Depois ela irá brotar e germinar de acordo com o terreno e as condições à volta. Existe, no entanto, o reforço, a força que sou Eu, presente em todo o filho que Me procura e Me chama. Onde há oração, ou coração que Me abrigue, terá mais cedo ou mais tarde Luz em si mesmo. Dos doze aos trinta anos, geralmente o percurso é de conhecimento do corpo e da matéria. É a época de maior pecado em ignorância, pecado próprio do conhecimento e da exploração do mundo e do eu. A partir daí, após as experiências, o pecado toma uma dimensão maior, menos inocente, pois já deriva da vontade e não da influência do mundo, da matéria em nós. É a partir daqui que o próprio corpo geralmente começa a padecer por vez do próprio pecado, cumprindo em si mesmo a sua auto expiação. Tudo tem um caminho de purificação nos filhos que são chamados a Mim e que querem Me sentir, nem que seja por mera ilusão distante de conforto. A Mim me basta um pensamento nobre e amor no peito para já sentir um filho Meu. Todos os filhos são diferentes em si mesmos, desde a origem ao seu caminhar, mas todos se irão achegar a Mim a seu próprio tempo. Assim continuarei a falar e a vós sempre me hei-de aconchegar, engrandecendo o Meu Amor em vós e por vós. A Minha bênção sobre vós. Amém.” Amém.”


 

EXCERTOS D’O GRANDE EVANGELHO DE JOÃO A NATUREZA DIVINA E HUMANA DO SENHOR «Diz Philopoldo: O exemplo da luz elucidou-me bastante; no fundo, porém, perdura muita coisa oculta, disto fazendo parte a Tua actual presença divina, da qual só posso dizer: Se Tu antes da encarnação habitaste como Jeová num Céu fora de tempo e espaço com os Teus anjos, esse Céu deve actualmente estar desprovido da Tua presença pessoal, porquanto Te encontras no nosso meio dentro de espaço e tempo. Como podes existir como Homem dentro destas definições, e como Deus, fora das mesmas a um só tempo? Senhor, eis um abismo intransponível para a minha razão e intelecto; por isso peço-Te um esclarecimento a respeito. Respondo: Sendo tu sábio do mundo dentro da filosofia de Platão, Sócrates e Aristóteles, tenho de usar a sua terminologia, para Me compreenderes melhor. No que diz respeito ao Meu Eu divino, não existe diferença entre “desde eternidade” e “agora”, referindo-Me ao Meu ser intrínseco. E se assim não fosse, não teria poder e força sobre a Criação material na Natureza; pois todas as criaturas, inclusive o seu tempo e espaço, têm relação subjectiva para Comigo, Seu objecto, porque tudo surgiu de Mim e não o contrário. Por isso Eu sou sempre o Único Ser Precedente e Original, isto é, Objecto Eterno e jamais, e em hipótese alguma, poderei entrar numa relação subjectiva com a criatura. Entretanto, por ter tudo surgido de Mim e Eu, através da Minha vontade, sou em tudo a razão intrínseca na qualidade de princípio que tudo conserva, guia, orienta, equilibra e vivifica, sou, dentro do poder da Minha vontade e sabedoria, também Sujeito, portanto, o Alfa e Ómega, ou seja o Princípio e o Fim, igualmente o começo e o final de toda a criatura; em consequência desta Minha faculdade objectiva e, ao mesmo tempo, subjectiva posso muito bem existir como Homem, entre vós, pelo poder da Minha vontade e sabedoria, sendo contudo o Objecto eterno, único, vivo e criador, frente à Criação! Como Subjecto actualmente Humano, (como homem) sou pessoalmente inferior, e submisso ao próprio Objecto Eterno dentro de Mim, muito embora completamente uno com Ele através da Minha rigorosa sujeição, pois sem tal subjectividade rigorosa da Minha pessoa individual, jamais seria possível união tão estreita. Eis o efeito do Meu Amor desmedido para com o Objecto e igualmente o Seu amor imensurável a Mim, de sorte que Eu e o Pai somos um só Amor, uma só Sabedoria, uma Vontade, uma vida e um Poder, pois sem Ele não existe outro poder em todo o infinito. Deste modo, estou actualmente dentro do espaço e tempo, e igualmente presente, fora do espaço e tempo. Vedes, portanto, Eu existir convosco dentro do espaço e tempo; o facto da Minha existência intrínseca fora de ambos, provam as Minhas obras, que Eu não seria capaz de efectuar caso Me encontrasse com o Meu Espírito divino apenas em espaço e tempo. Pois estes são limitados por todo o sempre, portanto, imperfeitos e incompletos; somente aquilo que existe fora do espaço e tempo é em tudo ilimitado, perfeito e completo. Elucidar-te-ei esta teoria com vários exemplos para provar-te não ser possível de forma diversa. Presta, pois, atenção. O ESPÍRITO DENTRO DA NATUREZA (O Senhor): Tomemos um grão de trigo em sua unidade e simplicidade: o seu destino é evidentemente duplo: primeiro, serve de alimento às criaturas e segundo, é destinado como semente à produção e multiplicação próprias. Como alimento, transmite ao físico e, através deste, ao corpo substancial da alma as suas múltiplas qualidades específicas, passando deste modo como vegetal a uma existência mais elevada e livre. Como se dá tal passagem sabereis na íntegra apenas quando renascidos em espírito, se bem que também aqui, mas não de modo completo – porquanto sob a influência deste Sol, nada perfeito pode existir, sendo todo o saber e conhecimento mais ou menos imperfeitos – tanto mais, porém, no mundo dos espíritos, onde vos encontrareis espiritualmente fora da vida física, de espaço e tempo, e a vossa visão, conhecimento e saber serão completos. Analisemos este grão de trigo apenas, como semente, para verificarmos como a emanação espírito-divina, se bem que aparentemente subjectiva, no fundo se encontra objectivamente fora do espaço e tempo. Eis uma haste de trigo produzindo geralmente três espigas, cada qual com trinta grãos. Depositando este grão num bom solo, recompensar-te-á no ano seguinte o trabalho havido com cem grãos da mesma espécie. Se tomares esta colheita, plantando-a num solo fértil, lucrarás dez mil grãos idênticos. No terceiro ano obterás cem vezes dez mil, considerável quantidade de trigo. A fim de plantá-la necessitarás de campo vasto e a colheita te dará cem vezes mais do que a última. No ano subsequente precisarás de um campo cem vezes maior, colhendo dez triliões de grãos; se assim continuares, durante dez anos, lucrarás quantidade tão colossal que seria indispensável um campo que atingisse metade do orbe. A multiplicação infinita, repetindo-se na mesma relação, poderá ser estendida a cem, mil e mais anos e pelo cálculo verificarás que após alguns séculos, milhões de planetas não seriam bastantes, a fim de servirem de campo à quantidade tão colossal de trigo; pois tal multiplicação pode ser levada a efeito por todo o infinito. Acaso isso seria possível se neste e em todos os demais grãos não existisse o número infinito através do elemento espírito-divino, fora de espaço e tempo? Por certo que não. O que existe neste grão também se encontra em todas as sementes e vegetais, nos animais e mormente no homem de semelhança divina, razão por que pode tornar-se inteligente e compreensivo; possui o dom da fala e no início sente o seu Criador e mais tarde consegue assimilá-Lo cada vez com maior pureza, podendo amá-Lo sujeitando a sua vontade à divina. Eis a emanação puramente espiritual e de semelhança divina dentro do homem, igualmente fora de espaço e tempo; pois se fosse algo sujeito a ambos, a criatura não seria capaz de ter noção de si e de Deus, portanto completamente inapta a qualquer educação. Jamais chegaria à razão, a raciocinar ou pressentir o menor vislumbre de Deus e não poderia muito menos ainda conhecê-Lo, amá-Lo e submeter-se à Sua vontade, sendo apenas a casca externa e morta do ovo, não tendo vida em si e muito menos vida espiritual e eterna, fora de espaço e tempo. Julgo ter esclarecido suficientemente este assunto que tanto te preocupou dentro de um esclarecimento racional. Depende do teu critério se realmente crês ter assimilado tudo na justa compreensão, ou se ainda perdura alguma dúvida. Na última hipótese poderás falar; de contrário deixaremos de lado as explicações a respeito, tomando algum vinho com pão. A NATUREZA DO SENHOR, DIVINA E HUMANA Antes do surgir do Sol já me encontro com vários discípulos ao ar livre, isto é, à margem do Eufrates. Nisto, vimos grande balsa descendo a meio do rio. Não havia quem a dirigisse, pois se soltara da estaca. Entretanto, o publicano, seu filho Jorabe e o médico haviam-se aproximado e o primeiro diz: É de se lastimar a perda da boa madeira, solta, devido ao desleixo do seu dono. Se fosse possível alcançá-la poderia ser devolvida dentro de alguns dias, mediante pequena indemnização. Bem, talvez os Samósatos consigam apanhá-la. Digo Eu, enquanto a balsa estaciona à nossa frente: Desejas possuir a madeira? Responde ele: Naturalmente, mas como tirá-la? Digo Eu: Muito facilmente. Quando se é Mestre da vida, os elementos também têm que obedecer-Lhe – e assim ordeno à água que empurre a balsa para nós. Assim o quero. Nem bem termino, a balsa vem na nossa direcção, sobe uns sete palmos na margem, deitando a madeira toda sobre a terra, para em seguida voltar à anterior direcção. Os três homens assustam-se e o médico diz: Amigo, não és humano, e sim, divino! Jamais foste gerado por homem e afirmo ainda seres incriado, portanto evidentemente, um deus! Digo Eu: Deixa isso. Quem suporta a carne, a recebeu do corpo materno. Somente o primeiro casal (Adão e Eva) recebeu o físico da mão de Deus. Todas as demais criaturas, do ventre materno. Assim, o Meu corpo veio igualmente de uma mãe terrena, se bem que não gerado de modo comum, por genitor da Terra, e sim apenas pelo Espírito omnipotente de Deus, facto possível em pessoas puras e devotas. Em eras passadas não era incomum em criaturas incorruptas, simples e dedicadas a Deus – e ainda hoje sucede vez por outra. Claro é, serem tais filhos espiritualmente gerados, com inclinações mais elevadas que os outros; pois eles sempre correspondem ao estado de saúde dos progenitores. Eu, como Homem, não sou Deus, mas um Filho de Deus, o que todos deveriam ser; pois as criaturas desta Terra são destinadas a se tornarem filhos do Pai, quando viverem de acordo com a vontade divina. Um deles é determinado por Deus desde eternidades a ser o primeiro a possuir a vida dentro de Si, podendo transmiti-la a quem Nele acreditar e viver de acordo com a sua doutrina. Este primeiro sou Eu. Tal vida de Deus não Me foi dada pelo ventre materno. O gérmen se achava dentro de Mim; teve que ser desenvolvido, o que Me custou quase trinta anos de esforços. Agora estou perfeito diante de vós, podendo afirmar ter-Me sido entregue toda a força e poder nos Céus e na Terra; o Meu Espírito é completamente uno com o Espírito de Deus, razão por que opero milagres jamais realizados por alguém. No futuro, tal não será um privilégio só Meu, mas igualmente possível a quem acreditar em Mim e viver segundo a Minha doutrina, que demonstra um conhecimento nítido da vontade do Espírito divino, em plenitude dentro de Mim. Fui enviado a este mundo, a fim de trazer aos homens, a Luz da Vida, pois todos se acham nas mais profundas trevas. Tal Espírito é Deus; Eu, como simples homem, não o sou. Como já disse, tive que conquistar – semelhante a qualquer um de vós – a dignidade divina, com grande esforço e exercício, podendo só então unir-Me ao Espírito de Deus. Portanto, estou uno com Ele pelo Espírito, mas ainda não pelo físico; isto será alcançado somente após grande sofrimento e total abnegação da Minha alma, pela máxima humildade. Deste modo, Meu amigo cientista de boa vontade, sabes quem sou e o que deduzir de Mim. Crê e vive pelos ensinamentos em breve transmitidos pelos Meus discípulos, que viverás e caminharás em todos os teus actos na Luz e não na treva do pecado da tua carne e sangue. Compreendeste? Responde o médico: Sim, grande Mestre, não obstante as Tuas palavras serem diversas dos sacerdotes de Jerusalém, de cujo Templo aprendi os meus escassos conhecimentos. Abrigas o divino no Teu seio, entretanto não queres ser mais que humano; ao passo que os fariseus se comportam como se tivessem ajudado a Jeová a criar o mundo e os seres, dependendo o bem da Humanidade unicamente das suas pessoas. As Tuas palavras soam divinas; contêm peculiar força e poder benéficos à alma, que a iluminam, vivificam e elevam, enquanto as dos templários magoam, entristecem e até mesmo matam. Digo Eu: Sim, terás razão; mas agora basta. A balsa está salva e tu, amigo Jored, poderás levar a madeira cujo dono não virá aqui por isso, pois mora muito distante e além do mais, é rico. Dá uma esmola aos pobres e usa a madeira ao teu critério. Diz o publicano Jored: Mestre, agradeço-Te e prometo considerar os necessitados. Vamos agora ao desjejum, que está à nossa espera.»

(O Grande Evangelho de João – VI – 31,32,90)

 

DÁDIVAS DO CÉU CARIDADE FALSA E CARIDADE VERDADEIRA «Cada miserável é Meu irmão mais próximo, como cada rico avarento o é de Satanás.  No momento em que Eu envio às vossas portas, a vós que sois ricos, afortunados e proprietários, um pobre irmão Meu, podeis considerar-vos amados por Mim, pois Eu ainda não retirei o Meu amor de vós. Mas se conseguistes – e aqui falo em geral – que os pobres não se atrevam mais a chegar às vossas moradias, aí sabei que o Meu amor se retirou para sempre. E um destes ricos se encontra materialmente sob a protecção do inferno, mas em toda a sua felicidade aparente não existe nem uma mínima chama do Meu amor, e muito menos da Minha misericórdia. Este facto também acontece com aqueles ricos que fazem donativos somente para aparecer ou então para conseguir vantagens. Para Mim são verdadeiros horrores aqueles donativos conseguidos pela prostituição, danças, jogos, e outros meios ilícitos, todos estes meios por Mim detestados, pois isto é instalar uma capela de oferendas em Meu louvor no inferno. Por isto, Meus filhos, não deveis actuar como o fazem os filhos do inferno, mas sim que o vosso donativo não seja visto por ninguém mais do que Eu, os pobres e vós mesmos. E que cada um dê o máximo, de acordo com sua possibilidade. Pois em verdade vos digo: Recebereis uma Terra por um centavo, um Sol por um copo de água viva e lá sereis reis. Mas se o fizerdes pelo mais puro amor por Mim, aí sim Meus amigos, Eu vos prometo: Nunca vereis a morte ou senti-la-eis nos vossos corpos. Pois a doce morte será um acordar sereno nos braços do Santo Pai e sabereis o que é ser um “amigo de Deus” por toda a eternidade. Isto, Meus amigos, isto não podereis imaginar jamais. Agora o Meu servo vos mostrará um homem pobre [*]. Ele é duplamente pobre, no físico e no espiritual. Ajudai-o, tanto material como espiritualmente. O primeiro a fazer isto terá uma grande alegria. Actuai e não pergunteis a quem. Mas aquele que vos for apresentado, a este ajudai sempre. Ele é vosso irmão e não vos preocupeis por nada mais, se quiserdes ser filhos verdadeiros Daquele que permite que o Sol brilhe sobre bons e maus, e que alimenta até os animais mais ferozes.  Eu, Jeová, vosso Pai. Amém. Amém. Amém


(Revelação transmitida ao profeta Jakob Lorber em 07/07/1840)

 

É CHEGADO O PODER DAS TREVAS Debruçando-nos sobre a história, na qual nos devemos basear se desejamos fazer uma análise do que nos está a acontecer no presente, teremos de considerar que nada é novo debaixo do Céu, e tudo se repete com maior ou menor intensidade. Sodoma e Gomorra, duas cidades tão conhecidas de todos, foram destruídas por causa da terrível depravação dos seus habitantes. Os seus pecados são listados como: - Opressão social (Isaías 1:10); - Adultério, sodomia, mentira e protecção aos criminosos (Jeremias 23:14); - Soberba, complacência perante a iniquidade e falta de piedade (Ezequiel 16:49), tal como nos dias de hoje, agravados pelo total desrespeito não só para com o planeta em que habitamos, mas também para com toda a forma de vida nele existente. E chegados a esta conclusão irrefutável temos de considerar que, pela lei da causa e efeito, acontecimentos catastróficos são inevitáveis a menos que exista arrependimento por parte do Homem e este altere o seu comportamento. É o culminar de uma cultura, ou era, que se esvai, para dar lugar a um novo ciclo. Se nos aprofundarmos sobre a história e as civilizações que nos antecederam, teremos de convir que todas elas ruíram quanto atingiram o limite mais alto de degradação moral e vidas libidinosas, isentas de valores morais e éticos. É nestas situações que a “sombra” impede que a Luz brilhe em toda a sua pujança, prevalecendo o mal no seio da humanidade. E com isso, é chegado o poder das trevas. Ora, bem sabemos que os frutos das trevas são mentira, roubo, fome, miséria física e moral, abominação de costumes que levam à corrupção e morte; ou seja, vivências baseadas no desrespeito a tudo o que seja espiritual e bom. A ganância satânica que se apossou do coração humano é uma doença perniciosa. Desviados do curso natural da nossa existência, reconhecemos que somos formatados desde crianças para sermos autómatos, dedicando a vida a trabalhar para gerar dinheiro e poder aquisitivo de bens materiais – ao invés de termos sido ensinados a cultivar o nosso espírito e focarmo-nos na elevação da nossa alma. Actualmente atingimos o ponto em que, só por milagre, teremos a possibilidade de regeneração. A Terra, um ser vivo, está esvaída como os corações dos homens que nela habitam. E as orlas do mal que povoam o planeta têm-se apossado paulatinamente deste jardim que nos foi oferecido por Deus, espezinhando-o e aviltando-o com o maior despudor. Da forma desabrida como se envenena a terra que nos sustenta, os mares e o ar que respiramos, só pode brotar devastação. O confinamento forçado levou muitos de nós a pensar e reformular as suas vidas. Para alguns, porém, regressados que somos à “normalidade anormal”, fardados com máscaras e distanciamento social, esse tempo de introspecção passou para um plano secundário. Mas “a sombra” não dorme nem descansa, quer seja de dia ou de noite. Maquina o controlo absoluto das massas, intentando assenhorear-se do nosso espírito e, se possível for, extirpar a nossa alma. Assim sendo, não temos apenas de lutar contra o plano físico, mas também contra as hostes espirituais do mal. As populações estão a ser aterrorizadas por forma a torná-las como cordeiros rendidos que se dirigem para o matadouro na esperança de dias melhores e o retorno a um passado irrepetível. Em suma, quer o queiramos aceitar ou não, estamos no término de uma era depravada, habitando um planeta exangue que tem de ser higienizado. A loucura humana busca fórmulas de o controlar e de nos escravizar. Mas o seu Criador tem outro modo de solucionar a questão, fazendo com que tudo aconteça. E assim a terra vomitará o lixo, expurgando-se na forma de cataclismos diversos para nós, mas que serão o único meio de se saracotear da carga que a sufoca. Por isso, todo aquele que pensa que a dominará e fará o que é contrário à Lei do Universo e do Amor engana-se a si mesmo. O Mundo tal como o conhecemos não desaparecerá, pois a vinda do Senhor está próxima. Os continentes tomarão outras formas e dos mares surgirão terras virgens que serão povoadas - tudo isto acompanhado de muita destruição e morte. Deus vem-nos advertindo do que há-de vir, mas prometeu protecção aos Seus filhos que O amam em espírito e em verdade. Ele, que é a nossa força, diz: – Não temais! Mas até que ponto estaremos preparados para aceitar as perdas materiais sem desespero e o caos sem entrarmos em pânico? Tudo depende da entrega de todas as coisas nas mãos do Senhor tal como crianças confiantes, pois estamos em tempo de separação das águas. Os poderosos deste mundo enganam-se se pensam que os seus planos diabólicos irão prevalecer, apesar do que iremos ter de sofrer antes da nossa libertação. Devemos descansar nas promessas de Jesus e mantermo-nos atentos para realizar o trabalho que nos foi atribuído individualmente. Chamando também a atenção de todos para estarem alerta; e não nos deixemos enganar pela trama que pretende reduzir-nos a zombies. Que o poder das trevas não nos assuste. Mas estejamos de atalaia para não sermos ludibriados e levados a trilhar caminhos sem retorno; mantendo o espírito divino que habita em nós em comunhão com o Pai. Só assim Ele nos poderá proteger – se estivermos em estreita ligação com o Alto, e o Divino tenha primazia nas nossas vidas. Há que trabalhar para ganharmos o pão nosso de cada dia, é certo. Mas podemos fazê-lo, reconhecendo essa actividade como uma ocupação temporária, que em nada corresponde à vida eterna que nos aguarda. É nessa capacidade de diferenciação, na forma como encaramos as nossas actividades diárias que reside a diferença; sem nos perdermos nas trivialidades do quotidiano. Trabalhemos pois como servos fiéis da Luz, procurando conquistar corações resgatáveis para o Senhor de acordo com a Sua vontade. Reconhecendo em humildade que, se fomos chamados, devemos fazer tudo com desvelo, dedicação e amor. Esquecendo o ego e pensando no Todo e na unidade do Espírito Santo de Deus; Que o Senhor nos ajude a ser Um em Cristo, para Sua honra e glória.

Irmã Manuela

 

CRISTÃOS DO CONFORTO Tenho meditado por vários dias, olhando uma folha em branco que está defronte de mim, esperando que o Senhor revele qual a mensagem para compartilhar convosco. Enquanto pensava, os meus ouvidos estavam fechados para o Senhor, mas de repente senti que Ele me estava dizendo: “Escreve nessa folha em branco o que Me queres perguntar. Naturalmente, logo me veio à mente tudo o que queria pedir: saúde, protecção... Mas num momento parei e senti que o mais importante, eu não estava pedindo ao Senhor. O meu primeiro pedido deveria ser: Que nenhuma circunstância me pudesse separar Dele. Mas este pedido passou a ser como um flagelo, pois imediatamente me veio à também à mente o conforto que recebia aos domingos, quando no nosso carro chegávamos à nossa igreja, nos sentávamos, louvávamos o Senhor e sentados confortavelmente ouvíamos a mensagem; depois do culto e também na paz, regressávamos aos nossos lares. Mas no momento o Senhor me trouxe à lembrança a imagem de outros lugares, em que os nossos irmãos têm de percorrer longas distâncias e por estradas sem condições, com risco de vida, somente por serem cristãos, pois a sua existência está continuamente em perigo. Se estivéssemos na mesma circunstância, quantos de nós iríamos para o culto, sabendo que estávamos pondo as nossas vidas em perigo? Sabendo da fragilidade humana em relação ao perigo, Jesus advertiu a Pedro, que ele O haveria de negar quando fosse confrontado em testemunhar que conhecia Jesus: “Digo-te Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces.” (Lucas 22:34) Naturalmente Pedro sofreu com esta atitude, mas conhecemos como a Misericórdia e o Amor do Senhor perdoou a este apóstolo e fortaleceu a sua fé para que no futuro fosse uma testemunha valorosa. Também nós hoje, muitas vezes, somos confrontados em momentos difíceis com situações parecidas, tais como: a perda de um filho, da esposa, da saúde e tantas outras circunstâncias amargas. Nesses momentos não devemos duvidar da presença do Senhor em nós, nem nos revoltarmos contra Ele. Devemos antes ouvir as palavras de advertência que Jesus dirigiu a Pedro e tomá-las como se fossem ditas a cada um de nós, sabendo que uma prova vencida fortalece a nossa fé no Senhor: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça…” (Lucas 22:31-32) Nunca o nosso Jesus deve passar para segundo plano nas nossas vidas, antes pelo contrário, Ele deve ser sempre o alvo primeiro dos nossos pensamentos e acções, seja qual for a circunstância ou o perigo que possamos ter de enfrentar. Façamos nossas as palavras do apóstolo Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo?…” (Romanos 8:35). Nada nem ninguém!         

Irmão José Luís Robledo (Obra Social Refúgio Betânia – Espanha)

 

UM POUCO DE HISTÓRIA… TEMPLOS – DIA DA LAMENTAÇÃO No dia 30.07.70 (ano setenta da nossa era, mês judaico de Av, dia 9), Tito, general romano, destruiu o templo de Herodes em Jerusalém, bem como, praticamente, a cidade. Fez, portanto, 1950 anos que o templo foi destruído, local tantas vezes frequentado por Jesus e Seus discípulos. Foi o cumprimento de uma profecia do próprio Jesus, quando disse que não ficaria pedra sobre pedra que não fosse derrubada (Marcos 13:2) daquela imponente construção a que os judeus davam tanto valor. Criam mesmo que seria indestrutível. Jesus previu a ruína do templo 40 anos antes do acontecimento. Nesse mesmo dia, mas no ano 586 A.C., o templo de Salomão foi destruído pelo exército do rei babilónico Nabucodonosor, quando este invadiu Israel, provocando o exílio dos judeus durante 70 anos na Babilónia. Por isso, ainda hoje, este dia é tão importante para os judeus, lembrado como o DIA DA LAMENTAÇÂO (Tisha B’Av). É bom que se não esqueçam estes tristes episódios que fazem parte da História. Mas este triste dia não se ficou pela destruição dos dois templos de Jerusalém; outras tragédias sobre o povo judeu também tiveram lugar, tais como: - Massacre dos judeus em York (Inglaterra) em 1490; - Expulsão dos judeus ingleses, exactamente 100 anos depois; - Prisão dos judeus franceses em 1305; - Expulsão dos judeus de Espanha, por ordem dos reis católicos Fernando e Isabel em 1492; - Expulsão dos judeus de Viena, Áustria, em 1670; - Expulsão dos judeus de Portugal, no ano de 1496, tendo como prazo final a Páscoa de 1497. Até esse dia ou se “convertiam” ao catolicismo ou seriam expulsos. Os menores de 14 anos eram “adoptados” por famílias católicas. Mais tarde passou a ser até à idade de 17 anos. Os judeus que se convertiam eram os chamados “cristãos novos”; - Em 1506 houve um massacre de judeus na cidade de Lisboa; - No século passado, entre os anos 30 e 45, aconteceu o terrível Holocausto; Apenas a título de curiosidade: O rei de Portugal, D. João II, chamado de “Príncipe Perfeito”, considerado por muitos historiadores como o melhor rei que Portugal alguma vez teve, não foi tão perfeito assim. Além de matar pessoalmente alguns dos seus inimigos políticos, inclusive familiares, tomou uma decisão monstruosa e ignóbil. Em 1493, retirou os filhos menores dos judeus expulsos de Espanha e enviou-os para São Tomé e Príncipe que precisava de ser povoada. Na altura a ilha estava infestada de crocodilos. A maioria morreu vítima dos ataques destes animais. Os que restaram morreram à fome. A lista não fica por aqui. É demasiado longa para aqui se descrever. Como sugestão de leitura, nada melhor do que o texto da Escritura - Lamentações de Jeremias 1:7.

Pr. Tomaz Correia

 

Leia A Bíblia O Grande Evangelho de João

“A Luz Completa” “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há-de vir.” (Evangelho de João 16:13) “Eis a razão, porque agora transmito a Luz Completa, para que ninguém venha a desculpar-se numa argumentação errónea de que Eu, desde a minha presença física nesta terra, não Me tivesse preocupado com a pureza integral de Minha doutrina e de seus aceitadores. Quando voltar novamente, farei uma grande selecção e não aceitarei quem vier escusar-se. Pois todos os que procurarem com seriedade acharão a verdade.” (O Grande Evangelho de João – volume I –)




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